sexta-feira, 7 de outubro de 2011

FIGURAS DE LINGUAGEM

As figuras de linguagem são o colorido e o artístico da nossa comunicação!

 E os pedidos foram tantos que, reconheço, eu já deveria ter postado algo, aqui, sobre o assunto.
De qualquer forma, segue o resumão sobre as FIGURAS DE LINGUAGEM para ajudar a todos vocês que se preparam para a prova do Enem deste ano! (Tá chegando a hora, heim?! Força total nessa etapa final de sua preparação!)

FIGURAS DE LINGUAGEM

Segundo Mauro Ferreira, a importância em reconhecer figuras de linguagem está no fato de que tal conhecimento, além de auxiliar a compreender melhor os textos literários, deixa-nos mais sensíveis à beleza da linguagem e ao significado simbólico das palavras e dos textos.
Mas o que são figuras de linguagem?
Acompanhe conosco uma breve definição:

Figuras de linguagem são certos recursos não-convencionais que o falante ou escritor cria para dar maior expressividade à sua mensagem, tornando-a mais rica e artisticamente elaborada, demonstrando um conhecimento aguçado dos recursos comunicativos da língua.

METÁFORA

É uma comparação subentendida. A metáfora é uma das figuras de linguagem mais empregadas e, justamente por isso, convém conhecê-la bem e identificar suas ocorrências. Quando nos valemos de uma metáfora, estamos interessados em fazer uma descrição inusitada de alguma coisa ou de alguém, por intermédio de uma comparação que fica apenas subentendida no contexto enunciativo. Repare nos exemplos:

Dois diamantes brilhavam no rosto da bela menina. (diamantes = olhos da menina)
Adalgiza é um docinho! (docinho = perfil gentil e agradável da pessoa em questão)
Essa rua é um verdadeiro deserto. (deserto = característica associada à rua)

COMPARAÇÃO

Como o próprio nome denuncia, há a comparação quando explicitamente comparamos (por meio de marcadores textuais) dois elementos dentro de uma sentença. Observe os exemplos abaixo:

O meu coração está igual a um céu cinzento.
O carro dele é rápido como um avião.

Repare que, nos dois casos, os marcadores textuais (em vermelho) se encarregam de estabelecer, oficialmente, a situação comparativa entre os termos.

Lembre-se: A METÁFORA é uma comparação implícita, enquanto a COMPARAÇÃO é uma comparação explícita!

PROSOPOPEIA

É uma figura de linguagem que atribui características humanas a seres inanimados. Também podemos chamá-la de PERSONIFICAÇÃO.

O dia sorria com muito entusiasmo para os moradores da pequena aldeia.
O velho Ipê amarelo parecia acenar-lhe, em despedida.

SINESTESIA

Consiste na fusão de impressões sensoriais diferentes. Quando há sinestesia, unimos impressões provenientes de vários órgãos diferentes do sentido para descrever alguma coisa. Observe:

Raquel tinha um semblante amargo, áspero.
Sentia-se, no ar, uma fragrância doce, aveludada.

CATACRESE

É uma metáfora desgastada, tão usual que já não percebemos. Assim, a catacrese é o emprego de uma palavra no sentido figurado por falta de um termo próprio.

O menino quebrou o braço da poltrona.
A manga da camisa rasgou.

METONÍMIA

É a substituição de uma palavra por outra, quando existe uma relação lógica, uma proximidade de sentidos que permite essa troca. Ocorre metonímia quando empregamos:

- O autor pela obra.

Li Clarice Lispector dezenas de vezes. (a obra de Clarice Lispector)

- o continente pelo conteúdo.

O ginásio aplaudiu a seleção. (ginásio está substituindo os torcedores)

- a parte pelo todo.

Vários brasileiros vivem sem teto, ao relento. (teto substitui casa)

- o efeito pela causa.

Suou muito para conseguir a casa própria. (suor substitui o trabalho)

PERÍFRASE

É a designação de um ser através de alguma de suas características ou atributos, ou de um fato que o celebrizou.

A Veneza Brasileira também é palco de grandes espetáculos. (Veneza Brasileira = Recife)
A Cidade Maravilhosa está tomada pela violência. (Cidade Maravilhosa = Rio de Janeiro)

ANTÍTESE

Consiste no uso de palavras de sentidos opostos.

Nada, com Deus, é tudo.
Tudo, sem Deus, é nada.

EUFEMISMO

Consiste em suavizar palavras ou expressões que são desagradáveis.

Ele não está mais entre nós. (= morrer)
Os homens públicos envergonham o povo. (= políticos)
Chame a moça da limpeza, por favor. (= faxineira)

HIPÉRBOLE

É um exagero intencional com a finalidade de tornar mais expressiva a ideia.

Ela chorou rios de lágrimas pelo antigo noivo, o Atadolfo.
Muitas pessoas morriam de medo do velho do saco.

IRONIA

Consiste na inversão dos sentidos, ou seja, afirmamos o contrário do que pensamos.

Que alunos inteligentes, não sabem nem somar!
Se você gritar mais alto, eu agradeço.

ONOMATOPEIA

Consiste na reprodução ou imitação do som ou voz natural dos seres. Veja:

Com o au-au dos cachorros, os gatos desapareceram.
Miau-miau. – Eram os gatos miando no telhado a noite toda.

ALITERAÇÃO

Consiste na repetição de um determinado som consonantal no início ou interior das palavras.

O rato roeu a roupa do rei de Roma.

ELIPSE

Consiste na omissão de um termo que fica subentendido no contexto, identificado facilmente.

Após a queda, nenhuma fratura. (Não HOUVE nenhuma fratura)

ZEUGMA

Consiste na omissão de um termo já empregado anteriormente.

Ele come carne, eu, verduras. (A segunda aparição do verbo COMER é substituída pela VÍRGULA, que deixa o verbo apenas subentendido.)

PLEONASMO

Consiste na intensificação de um termo através da sua repetição, reforçando seu significado.

A mim, só me resta o desconsolo.

POLISSÍNDETO

É a repetição da conjunção entre as orações de um período ou entre os termos da oração.

Chegamos de viagem e tomamos banho e saímos para dançar.

ASSÍNDETO

Ocorre quando há a ausência da conjunção entre duas orações.

Chegamos de viagem, tomamos banho, depois saímos para dançar.

ANACOLUTO

Consiste numa mudança repentina da construção sintática da frase. Exemplo:

Ele, nada podia assustá-lo.

Nota: o anacoluto ocorre com freqüência na linguagem falada, quando o falante interrompe a frase, abandonando o que havia dito para reconstruí-la novamente.

ANAFÓRA

Consiste na repetição de uma palavra ou expressão para reforçar o sentido, contribuindo para uma maior expressividade. Exemplo:

Cada alma é uma escada para Deus,
Cada alma é um corredor-Universo para Deus,
Cada alma é um rio correndo por margens de Externo
Para Deus e em Deus com um sussurro noturno. 
(Fernando Pessoa)

SILEPSE

Ocorre quando a concordância é realizada com a idéia e não sua forma gramatical. Existem três tipos de silepse: gênero, número e pessoa.

De gênero

Exemplo:

Vossa excelência está preocupado com as notícias. (a expressão Vossa Excelência é feminina quanto à forma, mas, nesse exemplo, a concordância se deu com a pessoa a que se refere o pronome de tratamento e não com o sujeito).

De número

Exemplo:

A boiada ficou furiosa com o peão e derrubaram a cerca. (Nesse caso, a concordância se deu com a ideia de plural da palavra boiada).

De pessoa

Exemplo:

As mulheres decidimos não votar em determinado partido até prestarem conta ao povo. (Nesse tipo de silepse, o falante se inclui mentalmente entre os participantes de um sujeito em 3ª pessoa).

Ufa! Essas são, então, algumas das principais figuras de linguagem que você deve estudar e aprender a reconhecer.
Espero que o resumo seja útil a todos e que a preparação continue acontecendo a cada dia, seja em nossos encontros na sala de aula, seja na troca de informações através desse canal virtual.
Meu grande abraço a todos!

Professor Daniel Vícola

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