terça-feira, 31 de maio de 2011

PROPOSTA DE REDAÇÃO

E para todos que se encontram em processo de preparação para o Enem e para o vestibular, aqui vai uma proposta de redação bem bacana e atual para você exercitar a escrita. Mãos à obra, pessoal!
Tema: Como solucionar o problema do bullying na escola ou na internet?

Você já ouviu falar de bullying, se é que não travou conhecimento com o problema pessoalmente. De modo geral, bullying é o comportamento agressivo de um ou mais estudantes contra outro(s). O termo se origina de bully, que significa "valentão", em inglês. Esse tipo de violência ocorre principalmente nas escolas, tanto no ensino fundamental quanto no médio, mas não tem se limitado ao âmbito escolar: também já chegou à internet, de onde derivou a expressão cyberbullying. Com base nas informações apresentadas na coletânea que segue, faça uma dissertação em que você explique o que é bullying, dê sua opinião sobre o que, a seu ver, motiva aqueles que o praticam - isto é, os agressores - e apresente uma proposta para se lidar com esse grave problema. Como solucionar a questão do bullying?

Elabore uma dissertação considerando as ideias a seguir:

Texto 01: O que é bullying?

O termo bullying compreende todas as formas de atitudes agressivas, intencionais e repetidas, que ocorrem sem motivação evidente, adotadas por um ou mais estudantes contra outro(s), causando dor e angústia, e executadas dentro de uma relação desigual de poder. Portanto, os atos repetidos entre iguais (estudantes) e o desequilíbrio de poder são as características essenciais, que tornam possível a intimidação da vítima.
Por não existir uma palavra na língua portuguesa capaz de expressar todas as situações de bullying possíveis, relacionam-se a seguir algumas ações que podem caracterizá-lo:
Colocar apelidos, ofender, zoar, gozar, encarnar, sacanear, humilhar, fazer sofrer, discriminar, excluir, isolar, ignorar, perseguir, assediar, aterrorizar, amedrontar, tiranizar, dominar, agredir, bater, chutar, empurrar, ferir, roubar, quebrar pertences.

[ABRAPIA - Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e Adolescência]

Texto 02: Papel da escola

"A escola que afirma não ter bullying ou não sabe o que é ou está negando sua existência", diz o médico pediatra Lauro Monteiro Filho, fundador da Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e Adolescência (Abrapia), que estuda o problema há nove anos. Segundo o médico, o papel da escola começa em admitir que é um local passível de bullying, informar professores e alunos sobre o que é e deixar claro que o estabelecimento não admitirá a prática - prevenir é o melhor remédio. O papel dos professores também é fundamental. "Há uma série de atividades que podem ser feitas em sala de aula para falar desse problema com os alunos. Pode ser tema de redação, de pesquisa, teatro etc. É só usar a criatividade para tratar do assunto", diz.

[Revista Nova Escola]

Texto 03: Baixa autoestima

"O bullying está relacionado ao desenvolvimento de baixa autoestima, ao isolamento social e à depressão. Influencia a capacidade produtiva do adolescente-vítima, enquanto o agressor pode ser levado a adotar comportamentos de risco durante a fase adulta, como alcoolismo, dependência de drogas e até mesmo o uso da violência explícita."

[Aramis Lopes, coordenador do Programa Anti-Bullying da ABRAPIA, in Universia]

Texto 04: Cyberbullying

A prática do cyberbullying, ou intimidação virtual, representa um dos maiores riscos da internet para 16% dos jovens brasileiros conectados à rede. Isso é o que mostra uma pesquisa realizada em fevereiro de 2010 pela Safernet, ONG de defesa dos direitos humanos na internet, envolvendo 2.160 internautas do país com idades entre 10 e 17 anos.
Esse mesmo estudo indica que 38% dos jovens reconhecem ter um amigo que já foi vítima de cyberbullying - quando sofrem atitudes agressivas, intencionais e repetitivas no universo virtual, vindas de uma pessoa ou de um grupo. Os números mostram, no entanto, que apenas 7% dos entrevistados já ouviram o desabafo de seus amigos sobre a vivência de situações de agressão e humilhação na internet.

[Juliana Carpanez, UOL Tecnologia]

Observações:

• Seu texto deve ser escrito na norma culta da língua portuguesa;
• Deve ter uma estrutura dissertativa;
• Não deve estar redigido em forma de poema (versos) ou narração;
• A redação deve ter no mínimo 15 e no máximo 30 linhas escritas;
• Não deixe de dar um título a sua redação.

Elaboração da Proposta: Página 3 Pedagogia & Comunicação.

COMO ESCREVER UMA DISSERTAÇÃO

Dissertação: Como escrever esse tipo de redação?


A dissertação é o gênero de texto exigido dos vestibulandos na maior parte dos vestibulares do país. Ou seja, se você quer garantir sua vaga em uma universidade, não pode deixar de saber fazer uma dissertação. A professora Marleine de Toledo, formada em direito e letras pela USP, dá dicas sobre o assunto:

Como fazer uma boa dissertação?
A dissertação exige amadurecimento no assunto tratado, conhecimento da matéria, pendor para a reflexão, raciocínio lógico, potencial argumentativo, capacidade de análise e de síntese, além do domínio de expressão verbal adequada e de estruturas linguísticas específicas.

Como começar uma dissertação?
Normalmente, o aluno de redação manifesta sua angústia: "Não sei como iniciar". Não sabe como iniciar, porque não sabe como desenvolver e como concluir, simplesmente porque não organizou um plano. Nas palavras de Edivaldo M. Boaventura, "o plano é o itinerário a seguir: 'um ponto de partida', onde se indica o que se quer dizer, e 'um ponto de chegada', onde se conclui. Entre os dois, há as etapas, isto é, as 'partes' da composição. Construir o plano é, em última análise, estabelecer as divisões".

Como estruturar uma dissertação?
No livro "Como Ordenar as Ideias", Boaventura resume muito bem aquilo que o bom-senso diz a respeito de todo o texto escrito: "A arte de bem exprimir o pensamento consiste em saber ordenar as ideias. E como se ordenam as ideias? Fazendo a previsão do que se vai expor". É preciso pensar nas partes do seu texto.

Como você resumiria essas "partes" da argumentação?
A argumentação deve iniciar-se com a apresentação clara e definida do tema ou do juízo que se tem em mente e irá ser comprovado. A "segunda parte" da argumentação destina-se a oferecer as provas ou argumentos que confirmem a tese. É comum colocarem-se os argumentos em ordem crescente de importância. A "terceira fase" consiste em exibir contra-provas ou contra-argumentos e refutá-los, isto é negá-los. Na "última parte", ou síntese recapitulam-se os argumentos apresentados e conclui-se, com a reafirmação da tese.

Pode-se dizer que a argumentação é uma demonstração?
Se um limite da argumentação é a dissertação expositiva, o outro é a demonstração. Para Tércio Sampaio Ferraz Júnior, jurista e filósofo do direito, a demonstração fundamenta-se na ideia de evidência, que é a força perante a qual todo pensamento do homem normal tem de ceder. Assim, no raciocínio demonstrativo, toda prova consiste em uma redução à evidência. Já a argumentação abrange as "técnicas discursivas que permitem provocar ou aumentar a adesão dos espíritos às teses" que lhes são apresentadas. Portanto, como dizem Chaïm Perelman e Lucie Olbrechts-Tyteca em seu "Tratado da Argumentação - A Nova Retórica", não se deve confundir "os aspectos do raciocínio relativos à verdade e os que são relativos à adesão".

O que é dissertação argumentativa?
Na verdade, há dois tipos de dissertação. Podemos falar em dissertação expositiva, em que se expressam ideias sobre determinado assunto, sem a preocupação de convencer o leitor ou ouvinte. Já a dissertação argumentativa implica a defesa de uma tese, com a finalidade de convencer ou tentar convencer alguém, demonstrando, por meio da evidência de provas consistentes, a superioridade de uma proposta sobre outras ou a relevância dela tão-somente.

Mais especificamente, o que é argumentação?
Uma argumentação é uma declaração seguida de provas. Pierre Oléron define o ato de argumentar como: "método pelo qual uma pessoa - ou um grupo - intenta levar um auditório a adotar uma posição através do recurso a apresentações ou a asserções - argumentos- que visam mostrar a validade ou fundamento daquela".

Qual a diferença entre argumentação e dissertação?
Nenhuma. A argumentação é uma dissertação com uma especificidade, a da persuasão. Dissertando apenas, podemos expor com neutralidade ideias com as quais não concordamos. Por exemplo, um professor de filosofia que não concorde com as ideias de Karl Marx pode expô-las com isenção, dissertando sobre elas. Mas se for um marxista convicto e quiser influenciar seus discípulos, tentará provar-lhes, com raciocínios coerentes e argumentos convincentes, que essas ideias são verdadeiras e melhores: estará, então, argumentando.

O que é preciso para argumentar?
Para argumentar é preciso, em primeiro lugar, saber pensar, encontrar ideias e concatená-las. Assim, embora se trate de categorias diferentes, com objetos próprios, a argumentação precisa ter como ponto de partida elementos da lógica formal. A tese defendida não se impõe pela força, mas pelo uso de "elementos racionais" - portanto toda argumentação "tem vínculos com o raciocínio e a lógica", como disse Oléron na obra já citada.

DICAS DE REDAÇÃO

Entenda as competências avaliadas na redação do Enem



Por: Nilma Guimarães*
Especial para o UOL Educação

O Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) exige que o candidato redija um texto do tipo dissertativo-argumentativo, cujo tema se relacione a questões sociais, políticas, culturais e/ou científicas, a partir de uma situação-problema. É automaticamente desconsiderada para correção pela banca avaliadora a redação que se afastar do tema proposto ou for de encontro aos direitos humanos e à cidadania.

São cinco as competências avaliadas na prova de redação, conforme se verifica a seguir:

1. Demonstrar domínio da norma culta da língua escrita
Você não precisa escrever como Machado de Assis ou Gilberto Dimenstein! Porém, é necessário demonstrar um conhecimento mínimo de regras básicas de escrita na nossa língua, supostamente aprendidas em 11 anos ou mais de escolaridade. Por exemplo, atentar para a pontuação é essencial, pois uma vírgula ou ponto final no lugar errado pode comprometer o sentido do seu texto e dificultar a compreensão por parte do leitor (no caso, o avaliador da banca de correção). Além do sentido, é importante lembrar que o respeito às normas gramaticais, ainda que não seja o requisito mais importante na construção do sentido do texto, demonstra algum grau de conhecimento a respeito da língua e isso pode contar a seu favor.

2. Compreender a proposta de redação e aplicar conceitos das várias áreas de conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo
A compreensão da proposta de redação já é o primeiro passo para que você possa se sair bem na prova, uma vez que o desenvolvimento do tema apresentado torna-se muito mais tranquilo e não há o risco de seu texto ser desconsiderado pela banca de correção. Além disso, é preciso lembrar de que se trata de um texto em prosa (ou seja, você não pode escrever um poema), do tipo dissertativo-argumentativo, o que significa adotar um posicionamento crítico e reflexivo diante de determinada questão ou expressar sua opinião de modo claro e coerente. Para isso, é essencial valer-se de seu conhecimento de mundo, uma vez que se torna muito mais difícil elaborar um texto sobre algo que você nunca ouviu falar. Daí a importância da leitura de textos diversificados, sobretudo os jornalísticos, para que você tenha o que dizer em sua redação.

3. Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista
Não basta apresentar dados e informações ou mesmo expressar sua opinião ou expor argumentos se você não for capaz de selecionar, dentre estes, aqueles que de fato apresentam pertinência com o tema proposto.
Ademais, além de uma seleção criteriosa de dados, informações e argumentos, é primordial saber organizar as ideias a partir deles e apresentar a sua interpretação para a situação-problema em questão, estabelecendo relações lógicas e coerentes e fazendo a sua leitura da realidade, a fim de demonstrar seu ponto de vista em relação ao tema proposto.

4. Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação
Além da seleção adequada dos argumentos, conforme ressaltado no item anterior, faz-se necessário organizá-los no texto de modo lógico e coerente. Para isso, é fundamental utilizar os chamados elementos de coesão textual e/ou os organizadores argumentativos, como, por exemplo, advérbios, locuções adverbiais e conjunções, estabelecendo relações adequadas entre termos e também entre os parágrafos, sobretudo no desenvolvimento do texto, a fim de que o sentido seja construído de maneira clara e objetiva.
É preciso, ainda, saber utilizar um repertório linguístico ou vocabular adequado ao tema e aos objetivos do texto. Isso não significa, em hipótese alguma, valer-se, de maneira desenfreada, de termos e/ou expressões considerados mais rebuscados ou eruditos a fim de impressionar a banca de correção.
Lembre-se de que os membros dessa banca são professores de português e já estão bastante acostumados às táticas e "truques" dos candidatos. De nada adianta valer-se desse tipo de artifício para impressioná-los. Assim, é fácil perceber que o vocabulário escolhido deve ser simples e direto e atender aos objetivos do texto.

5. Elaborar proposta de solução para o problema abordado, mostrando respeito aos valores humanos e considerando a diversidade sociocultural
Partindo-se de uma proposta de redação que apresenta uma situação-problema, é possível concluir que toda a construção da argumentação deve ter como objetivo a apresentação de possíveis soluções para a questão levantada. A solução, ou soluções, porém, deve resultar de uma relação lógica e coerente com os argumentos, opiniões, informações e dados apresentados no desenvolvimento.
Ademais, embora seja muito difícil que isso ocorra - até porque muitas formas de preconceitos e/ou desrespeito aos valores humanos recebem hoje algum tipo de sanção legal -, é aconselhável cautela diante de seu posicionamento a respeito de determinadas questões consideradas o calcanhar-de-aquiles das sociedades contemporâneas. Por exemplo, o preconceito racial, social e/ou religioso, a prática de tortura ou a apologia à violência de qualquer espécie.
A razão é óbvia: ideias e/ou concepções retrógradas e pouco ortodoxas acerca desses temas vão contra as muitas conquistas, sociais, políticas e culturais sedimentadas depois de décadas ou até mesmo séculos de luta por justiça social e respeito à integridade humana.

* Nilma Guimarães é formada em letras clássicas e vernáculas pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP. Cursa o mestrado em educação pela Faculdade de Educação da USP, na área de metodologia do ensino de língua portuguesa.

DATAS, INSCRIÇÃO E IMPOSSIBILIDADE DE REVISÃO DA REDAÇÃO DO ENEM


 Enem 2011: veja datas de inscrição e das provas

As incrições para o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) começaram na segunda-feira, 23 de maio, e estarão abertas até o dia 10 de junho, às 23h59. Elas serão realizadas exclusivamente pela internet.
As inscrições vão custar R$ 35. E, assim como nas outras edições, haverá isenção do pagamento da tarifa para alunos que terminam o ensino médio em rede pública.
As provas deste ano serão nos dias 22 e 23 de outubro.
Algumas regras seguem as mesmas no Enem 2011: está proibido o uso de lápis e borracha na prova e os inscritos não poderão portar relógio e celular.
"O uso de lápis e borracha não está permitido pensando nos estudantes que querem garantir a lisura do processo. Por respeito a eles, temos que coibir a possibilidade da utilização indevida desses materiais", afirma Malvina Tuttman, presidente do Inep, autarquia do MEC responsável pelo exame.

Sem revisão da redação

O edital do Enem de 2011 não prevê que o estudante possa recorrer da nota obtida na prova de redação. Na edição de 2010, candidatos entraram com ações no Ministério Público pedindo revisão das notas obtidas, mas os pedidos foram negados pelo Inep.
De acordo com a presidente do Inep, a possibilidade de revisão ainda está sendo discutida com o Ministério Público. Ela considera a reivindicação justa, mas afirmou que, caso fosse dado aos alunos essa possibilidade, os resultados do Enem demorariam muito para serem publicados e isto pode atrapalhar o cronograma das instituições de ensino superior que usam o exame em seus processos seletivos.
"Há diversas formas de perceber essa situação. A vista de provas e recurso é desejável, é um direito do estudante. Mas quando estamos tratando de um exame da abrangência do Enem, ficamos em dúvida sobre os resultados saírem imediatamente para que eles sejam utilizados pelas instituições", afirma Malvina Tuttman.
A correção das provas de redação seguirá o mesmo esquema da edição anterior do Enem. Dois técnicos corrigem o texto e, caso haja divergência maior do que 300 pontos a nota varia de zero a 1.000, um terceiro professor é chamado para avaliar e dar a nota final.

*Com informações da Agência Brasil

Fonte: UOL Educação

segunda-feira, 23 de maio de 2011

FALANDO SOBRE MÚSICA


Semana passada falei sobre música ao tratar de uma das competências da área de Linguagens e Códigos no curso preparatório para o Enem. Minha gente, que aulas mais gostosas e produtivas! A troca de informações foi tão intensa e o aprendizado foi tão grande que eu só poderia ficar muito feliz por ter elaborado a pauta e aberto a discussão para que todos pudessem expressar seus sentimentos acerca desse fazer artístico tão maravilhoso que é a música!
Sabe aquilo de aprender ensinando? Então! Foi exatamente o que aconteceu.
E foi tão engrandecedor e gratificante que merecia virar um post para coroar a experiência através do registro virtual.
Pensar, discutir, questionar sobre música é entrar em contato com o que há de mais interessante e significativo em termos de comunicação afetiva através da arte. Séculos e séculos de produção musical nos legaram os mais diferentes estilos, os mais inusitados ritmos e propostas e fenômenos de comunicação em massa interessantíssimos. Dos Beatles aos Rolling Stones, de Elvis a Michael, do sertanejo raiz ao universitário, artistas hipnotizaram multidões e as mantiveram atentas aos seus passos, aos seus acordes, ao seu jeito de ser e de vestir, aos seus gritos, seus prantos, seus delírios e, claro, e suas alucinantes palavras de amor.
A música, hoje, é muito diferente, obviamente, daquela de algumas décadas atrás.
Embora seja complicado generalizar - há músicos bons em todas as épocas e não podemos fechar os olhos para isso! -, é inegável que a indústria da música se deixou influenciar bastante pelo (mau) gosto da massa e acabou, muito infelizmente, sobrepondo quantidade à qualidade, apelando para gêneros e artistas popularescos que produzem um tipo de música que, bem, como arremataria a saudosa Copélia: "Prefiro não comentar!"
Mesmo acreditando que há espaço para todos no cenário musical - por mais que nos doa admitir isso! - é importante salientar a notável diferença que existe entre a música dos tempos de outrora, comprometida com a qualidade, a inteligência e o bom gosto como chamarizes-mor para os artistas e bandas e a derrocada moral a que assistimos entre os "cantores" e "cantoras" de nossos dias que, para venderem seus discos, preocupam-se menos com os méritos do talento e da criativadade do que com a baixaria de que lançam mão para conquistar a atenção e o (des)prestígio da mídia sensacionalista.
Há muito que se debater e que se questionar sobre o que os anos e a preguiça intelectual fizeram com a música nacional e a internacional e lançar-se ao instigante trabalho de discutir os rumos musicais da humanidade pode se revelar, além de um excelente passatempo, um ótimo exercício filosófico-argumentativo que, eu aconselho veementemente, seja transformado em mais um inspirado texto para sua coleção de redações preparatórias para o grande dia da prova!
Já pensou? Então não perca mais tempo e mãos à obra!
Abaixo relacionei algumas citações que poderão ajudá-lo(a) a refletir um pouquinho mais sobre a importância da música enquanto instrumento de comunicação.
Não se esqueça de compartilhar também conosco a sua opinião nos nossos comentários!
O blog é um espaço democrático em que todas as opiniões - desde que respeitosamente defendidas - terão vez e voz para acontecer.
Nós nos vemos por aqui, minha gente.
Seguem as citações.

Prof. Daniel Vícola


Citações sobre Música

"Não consigo escrever poesia: não sou poeta. Não consigo dispor as palavras com tal arte que elas reflictam as sombras e a luz: não sou pintor... Mas consigo fazer tudo isso com a música... Para mim, o órgão é o rei dos instrumentos." (Wolfgang Amadeus Mozart)

"Nada pode impedir-me de apreciar e desenvolver tudo o que os grandes mestres deixaram atrás de si, porque não faria sentido para cada um recomeçar do princípio; mas é preciso que seja um desenvolvimento ao melhor nível das minhas capacidades e não uma repetição inútil do que já foi." (Felix Mendelssohn-Bartholdy)

"A música é para as outras artes, no seu conjunto, o que a religião é para a igreja." (Richard Wagner)

"A minha ideia é que há música no ar, há música à nossa volta, o mundo está cheio de música e cada um tira para si simplesmente aquela de que precisa." (Edward Elgar)

"O texto deve ser o senhor e não o servo da música." (Claudio Monteverdi)

"Houve e há, apesar das desordens que a civilização traz, pequenos povos encantadores que aprendem música tão naturalmente como se aprende a respirar. O seu conservatório é o ritmo eterno do mar, o vento nas folhas e mil pequenos ruídos que escutaram com atenção, sem jamais terem lido despóticos tratados." (Claude Débussy)

"A música nasceu livre, o seu destino é libertar-se." (Ferruccio Benvenuto Busoni)

"A minha ideia pessoal, de que tenho plena consciência desde que sou compositor, é a fraternização de todos os povos, não obstante todas as guerras e querelas. Tento, conforme as capacidades mo permitem, servir esta ideia na minha música; é por isso que não me fecho a qualquer influência, venha ela de fonte eslovaca, romena, árabe ou outra qualquer." (Bela Bartok)

"Um músico é alguém que viveu e que pecou, que recorda sentimentos, fraquezas, cujo arrependimento e sensação de nostalgia e remorso transparecem na música que executa e, por isso, consegue arrebatar a assistência, cujos pontos fracos são também os seus." (Yehudi Menuhin)

"A relação entre a vida e a morte é a mesma que existe entre o silêncio e a música - o silêncio precede a música e sucede-lhe." (Daniel Baremboim)

"A música é o barulho que pensa." (Victor Hugo)

"A boa música nunca se engana, e vai direita, buscar ao fundo da alma o desgosto que nunca devora." (Stendhal)

"Entre as graças que devemos à bondade de Deus, uma das maiores é a música. A música é tal qual como a recebemos: numa alma pura, qualquer música suscita sentimentos de pureza." (Miguel de Unamuno)

"Sem a música, a vida seria um erro." (Friedrich Nietzsche)

"Para mim, tocar cada vez mais, tem menos a ver com tocar e mais a ver com ouvir. Quanto melhor ouvinte me torno, menos preciso de tocar." (Pat Metheny)

"Um hálito de música ou de sonho, qualquer coisa que faça quase sentir, qualquer coisa que faça não pensar." (Fernando Pessoa)

"Boa música é boa independentemente do tipo de música que é." (Miles Davis)

"A música é o tipo de arte mais perfeita: nunca revela o seu último segredo." (Oscar Wilde)

"Deixe o carácter ser formado pela poesia, fixado pelas leis do bom comportamento e aperfeiçoado pela música." (Confúcio)

"Qualquer coisa que é parva demais para ser falada, é cantada." (Voltaire)

"Alivia toda a tua mágoa com vinho e música." (Horácio)

"Sem a música para enfeitá-la, a passagem do tempo seria apenas uma sucessão chata de datas ou prazos para nós cumprirmos compromissos e pagar as contas." (Frank Zappa)

"A música é um ópio maravilhoso, se não for levada demasiado a sério." (Henry Miller)

"Há muitas formas diferentes de comunicação, mas a música é, sem dúvida, a mais pura de todas. Não se pode ferir ninguém com ela. Você pode até ofender alguém com determinadas canções, mas para isto é necessário que algo seja dito - impossível um instrumental magoar alguém de alguma forma. Por isso eu digo: música é uma graça divina." (Duane Allman)

"Aprender música lendo teoria musical é como fazer amor por correspondência." (Luciano Pavarotti)

"Quem ouve música, sente a sua solidão de repente povoada." (Robert Browning)

"A música oferece à alma uma verdadeira cultura íntima e deve fazer parte da educação do povo." (François Guizot)

"É a música que nos mantém completos, impede-nos de enlouquecer." (Lou Reed)

"A música começa onde acaba a fala." (Ernst Hoffmann)

"Não seria a música uma língua perdida, da qual esquecemos o sentido e conservamos apenas a harmonia?" (Massimo D'Azeglio)

"Quando ouço música, a minha imaginação compraz-se muitas vezes com o pensamento de que a vida de todos os homens e a minha própria vida não são mais do que sonhos de um espírito eterno, bons e maus sonhos, de que cada morte é o despertar." (Artur Schopenhauer)

"A música tem de respirar e suar. Tem de ser tocada ao vivo." (James Brown)

"Não existe emoção, exceptuando os extremos do medo e do luto, que não consiga encontrar alívio na música." (George Eliot)

"Quando as pessoas ouvem boa música ficam com saudades de algo que nunca tiveram ou chegarão a ter." (Edgar Watson Howe)

"A música expressa aquilo que não é permitido ser dito e aquilo que é impossível que se mantenha em silêncio." (Victor Hugo)

"A história das pessoas encontra-se nas suas canções." (George Jellinek)

"A música é o vernáculo da alma humana." (Geoffrey Latham)

"É necessária sabedoria para compreender a sabedoria; a música não é nada se a audiência é surda." (Walter J. Lippmann)

"Tão certo como algumas selecções de músicas alimentarem o corpo físico e a cobertura emocional, também outros trabalhos musicais trarão mais saúde à mente." (Hal A. Lingerman)

"Música é a nossa própria experiência, os nossos próprios pensamentos, o nosso conhecimento. Ensinam-nos que existe limites para a música, mas não existem limites para a arte." (Charlie Parker)

segunda-feira, 16 de maio de 2011

REFLETINDO SOBRE A COMUNICAÇÃO


Você já parou pra pensar no "poder da palavra"?
Estamos tão acostumados a lidar cotidianamente com ela que sequer percebemos, na prática, como nos comunicarmos bem é importante - por vezes, definidor e definitivo! - em nosso dia-a-dia.
Sempre aconselho meus alunos a pensar na relação que andam estabelecendo com nosso querido idioma em seus pormenores. Eu os induzo a essa reflexão perguntando-lhes acerca não apenas das "gramatiquices", esse conhecimento de bolso cobrado em exames vestibulares e provas de concurso, mas da maneira como pensam e interagem com a nossa língua visando a atingir seus objetivos comunicativos. Vamos entender o que estou dizendo: o conhecimento puramente gramatical é importantíssimo, mas, na hora do "vamos ver" não o/a ajudará muito caso você não saiba como articular tal conhecimento à construção orgânica do ato comunicativo, levando em consideração todos os fatores envolvidos nesse processo.
Há uma importante tarefa que se coloca a todo aquele que inicia um ato de comunicação: certificar-se de que aquilo que será comunicado realmente seja codificado de uma forma que dê conta de atender a uma série de expectativas: a de quem fala, a de quem escuta ou lê e a do conteúdo que se pretende transmitir de maneira organizada, coerente, produtiva.
Efetivamente, quem não presta atenção no que diz, para quem diz e como diz, não está se comunicando.
Comunicar é transmitir de maneira eficaz uma informação ao seu interlocutor.
Se a informação não chegar ao seu destinatário, não poderemos dizer que houve, ali, processo comunicativo completo. Assim que pensar, refletir, selecionar melhor os elementos de que nos utilizaremos ao longo do caminho a percorrer se torne tarefa de enorme importância, merecedora de toda nossa atenção e cuidado.
É só parar para pensar no seguinte: fazemos, constantemente, adequações em nosso discurso em função do público ao qual o destinamos e do assunto que temos de transmitir a ele.
Ninguém fala com o diretor da empresa da mesma forma como se reporta ao colega de trabalho.
Da mesma forma, não falamos sobre assuntos delicados, como a morte de um ente querido, a uma criança ou a um adulto.
Ajustes são necessários o tempo todo.
E o conhecimento linguístico tem, posso lhes garantir, uma importância tremenda nessa reflexão sobre os objetivos a serem logrados num ato comunicativo. Essa importância se faz sentir desde a escolha do léxico empregrado até os meandros sintáticos e semânticos que perpassam toda a construção verbal do texto. E são vários os níveis de análise a que podemos submeter um texto verbal para lhe averiguar a boa organização e eficácia comunicativa, todos sabemos.
Estudar gramática, então, me ajuda a expressar melhor minhas ideias? Claro! Mas é preciso pensar em como a língua acontece e não apenas em como ela é descrita.
Você pode devorar manuais e mais manuais de gramática e, ainda assim, não obter a fluência textual que pretendia. E por que isso é assim? Porque uma coisa é você decompor o seu objeto de estudo e analisar-lhe as células, tecidos e órgãos. Outra coisa é entender como tudo isso se relaciona para um objetivo maior: a comunicação.
Por isso defendo o estudo aplicado da gramática da língua portuguesa; essa importante reflexão sobre a língua enquanto importantíssimo veículo de comunicação/interação entre os seus falantes.
Há quem diga, é fato, que o estudo gramatical é "bem chatinho" - e eu concordo, em partes, com tal declaração. Mas é a esse grupo específico que dirijo minha indagação final: "Será que você não está estudando o nosso idioma sob uma perspectiva equivocada? Será que você está, realmente, enxergando a aplicabilidade de tudo o que está aprendendo sob a forma de regras, nomenclaturas e classificações?"
Entenda: você só aprende, de verdade, um conteúdo ao qual atribui significado e relevância dentro do contexto do seu dia-a-dia.
Quem sabe se você parar de olhar para o estudo da língua como um amontoado infinito de "chatices" e passar a encará-lo como um importante auxiliar na construção verbal da sua realidade você não passe a aproveitar muito mais suas preciosas horas de estudo?
Fica registrado, aqui, o convite para que você experimente.
Um grande abraço a todos os leitores e até a próxima!


Prof. Daniel Vícola

COMPETÊNCIAS DA ÁREA DE LINGUAGENS E CÓDIGOS


E, no mínimo, o que o Enem espera de você é que você saiba ao menos o que a prova vai exigir de você. Quais tipos de conhecimentos serão exigidos e como é que você deve se preparar para cada uma das grandes áreas.
No nosso caso, a área de Linguagens e Códigos tem um perfil bastante diferente daquilo que o vestibular tradicional, por exemplo, esperaria ou exigiria de você numa prova de Língua Portuguesa (Gramática, Literatura, Redação). A leitura de mundo que o Enem exige do estudante é mais ampla: ocupa-se de averiguar a habilidade do candidato de perceber o mundo que o cerca através das mais diferentes formas de CODIFICAR A INFORMAÇÃO. É por isso que a nomenclatura "Língua Portuguesa" seria bem insuficiente para designar essa grande área: ela pressupõe muito mais que os conhecimentos puramente linguísticos; quer saber se você entende a comunicação de forma mais ampla, como uma necessidade inerente ao ser humano que, para dar vazão às suas ideias, pensamentos e sentimentos, vale-se de inúmeros recursos que não só a língua para se expressar.
Trata-se de um exercício interessantíssimo sobre o quanto você consegue perceber a realidade e o outro através dos mais diferentes caminhos, das mais inusitadas formas.
Justamente por tratar de diferentes possibilidades comunicativas é que a área de Linguagens e Códigos é tão rica, tão interessante e prazerosa de se conhecer, estudar e praticar.
Abaixo seguem algumas informações técnicas do MEC sobre o que você deve desenvolver para prestar o Enem e obter grande êxito na prova de Linguagens e Códigos. Acompanhe:

A ÁREA DE LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS (LCT)


O SENTIDO DO APRENDIZADO NA ÁREA

A linguagem é a capacidade humana de articular significados coletivos e de partilhá-los em sistemas arbitrários de representação que variam de acordo com a vida em sociedade. A principal razão de qualquer ato de linguagem é a produção de sentido. A linguagem é uma herança social que, uma vez assimilada, envolve os indivíduos e faz com que suas estruturas mentais sejam reguladas pelo seu simbolismo. A linguagem permeia o conhecimento, o pensamento, a comunicação e a ação, bem como as formas de conhecer, de pensar, de comunicar e de agir.
Nas práticas sociais, o homem cria a linguagem verbal. Ela é um dos meios para representar, organizar, transmitir o pensamento de forma específica. Há a linguagem verbal, a não-verbal e seus cruzamentos verbo-visuais, áudio-visuais, áudio-verbo-visuais...
O ato da fala pressupõe uma competência social de usar a língua de acordo com as expectativas em jogo.
No mundo contemporâneo – marcado por apelos informativos imediatos – a reflexão sobre as linguagens e seus sistemas é mais do que uma necessidade: é uma garantia de participação na vida social.

COMPETÊNCIAS E HABILIDADES DA ÁREA DE LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS

Representação e Comunicação: Confrontar opiniões e pontos de vista sobre as diferentes linguagens e suas manifestações específicas.
Utilizar-se das linguagens como meio de expressão, informação e comunicação, em situações intersubjetivas, que exijam graus de distanciamento e reflexão sobre os contextos e estatutos dos interlocutores; e colocar-se como protagonista no processo de produção/recepção.
Compreender e usar a Língua Portuguesa como língua materna, geradora de significação e integradora da organização de mundo e da própria identidade.
Aplicar as tecnologias da comunicação e da informação na escola, no trabalho e em outros contextos relevantes para a sua vida.

Investigação e Compreensão: Analisar, interpretar e aplicar os recursos expressivos das linguagens, relacionando textos com seus contextos, mediante natureza, função, organização, estrutura das manifestações, de acordo com as condições de produção/recepção (intenção, época, local, interlocutores participantes da criação e propagação de ideias e escolhas, tecnologias disponíveis, etc.).
Recuperar, pelo estudo, as formas instituídas de construção do imaginário coletivo, o patrimônio representativo da cultura e as classificações preservadas e divulgadas, no eixo temporal e espacial.

Articular as redes de diferenças e semelhanças entre as linguagens e seus códigos: Conhecer e usar línguas estrangeiras modernas como instrumento de acesso a informações, a outras culturas e grupos sociais.
Entender os princípios das tecnologias da comunicação e da informação, associá-las aos conhecimentos científicos, às linguagens que lhes dão suporte e aos problemas que se propõem a solucionar.
Entender a natureza das tecnologias da informação como integração de diferentes meios de comunicação, linguagens e códigos, bem como a função integradora que elas exercem na sua relação com as demais tecnologias.

Contextualização sócio-cultural: Considerar a linguagem e suas manifestações como fonte de legitimação de acordos e condutas sociais, e sua representação simbólica como forma de expressão de sentidos, emoções e experiências do ser humano na vida social.
Compreender e usar os sistemas simbólicos das diferentes linguagens como meios de: organização cognitiva da realidade pela constituição de significados, expressão, comunicação e informação.
Respeitar e preservar as manifestações da linguagem, utilizadas por diferentes grupos sociais, em suas esferas de socialização; usufruir do patrimônio nacional e internacional, com as suas diferentes visões de mundo; e construir categorias de diferenciação, apreciação e criação.
Entender o impacto das tecnologias da comunicação na sua vida, nos processos de produção, no desenvolvimento do conhecimento e na vida social.

Prof. Daniel Vícola

segunda-feira, 9 de maio de 2011

LINGUA ESTRANGEIRA MODERNA: DÁ PRA EVITAR AS INFLUÊNCIAS?


Em matéria de língua não há propriedade privada; tudo é socializado.
(Roman Jakobson)

Diante das palavras desse que se tornou um dos maiores linguistas do século XX, impossível deixar de refletir sobre o caráter dinâmico da língua, das linguagens e dos códigos de que nos utilizamos para construir nossos atos de comunicação. Basta parar para pensar sobre o seguinte: à medida que o tempo passa, novos vocábulos vão se incorporando ao nosso discurso e permitindo que os relacionamentos humanos adquiram um perfil cada vez mais ativo, dinâmico e complexo. Para ilustrar o fenômeno que estamos aqui descrevendo, analisemos alguns fragmentos de uma canção intitulada "Samba do Approach", de autoria de dois conhecidos "Zecas": o Pagodinho e o Baleiro:

Venha provar meu brunch
saiba que eu tenho approach
na hora do lunch
eu ando de ferryboat

Eu tenho savoir-faire
meu temperamento é light
minha casa é hi-tech
toda hora rola um insight

Já fui fã do Jethro Tull
hoje me amarro no Slash
minha vida agora é cool
meu passado é que foi trash

Venha provar meu brunch
saiba que eu tenho approach
na hora do lunch
eu ando de ferryboat
[...]

Não dispenso um happy end
quero jogar no dream team
de dia um macho man
e de noite drag queen

Venha provar meu brunch
saiba que eu tenho approach
na hora do lunch
eu ando de ferryboat

E não pensem que o que essa letra tão bem humoradamente ilustra representa algo inédito, pois desde os mais remotos tempos observamos esses empréstimos linguísticos acontecerem e serem amplamente utilizados na linguagem informal, cotidiana. Não é de hoje que vamos pinçando, aqui e ali, uma palavrinha ou outra no vocabulário de outros povos, misturando-os ao nosso falar, apropriando-nos do que não é nosso. Basta pensar, séculos atrás, na alta incidência de palavras oriundas de línguas estrangeiras, mais precisamente de línguas célticas, germânicas e árabes no decorrer da formação da língua portuguesa, ainda na Península Ibérica. Logo após, com o advento das grandes navegações, empréstimos provenientes de línguas europeias, africanas, americanas e asiáticas tiveram seu destaque e nos regalaram suas contribuições.
Atualmente, o que se pode constatar com extrema recorrência são os empréstimos derivados do inglês norte-americano, difundidas em sua forma original ou até mesmo aportuguesadas. É, você nunca parou pra observar que, de tão usadas e repetidas, algumas palavras estrangeiras acabaram sendo aportuguesadas? Passando por um processo de aportuguesamento fonológico e gráfico, só para ficarem com a "carinha" do nosso idioma materno? Espia só: temos o bife (beef), futebol (football), xampu (shampoo) e tantas outras, tão presentes no nosso cotidiano que as proferimos sem ao menos nos darmos conta de que se tratam de estrangeirismos, concebendo-as, muitas vezes, como se fossem genuinamente portuguesas. Vale alertar para o seguinte, moçada: quando mantidas sob a forma original, sobretudo quando se trata da linguagem escrita, essas palavras devem ser destacadas pelas aspas. No caso da imprensa, normalmente são retratadas em itálico.
Se há problemas em utilizar esses empréstimos no seu dia-a-dia? Nenhum, ora pois! Basta de ter bom senso e demonstrar inteligência e criatividade ao fazê-lo. O contexto informal nos permite uma série de possibilidades expressivas das quais temos de nos utilizar quanto e como quisermos, sempre enriquecendo nosso discurso.
Agora, se tais usos revelarem, pela sua excessiva ocorrência ou por certo pedantismo, alguma sorte de "subserviência cultural", daí sim poderemos dizer que eles são totalmente out e nada têm a acrescentar à comunicação.
Como este é um blogue voltado para o estudo gramatical, cumpre, ainda, ressaltar o seguinte: em contextos formais, caso haja a necessidade, as formas a que você deve sempre dar preferência são aquelas que já foram aportuguesadas, certo?
No mais, see you next time, guys! ;-)

Prof. Daniel Vícola

sexta-feira, 6 de maio de 2011

NOVA FORMULAÇÃO DA PROVA


 59 instituições se inscrevem para criar perguntas para provas do Enem
MEC quer aumentar banco de itens de dez mil para cem mil.
Cadastro das instituições terminou no dia 15 de abril.

Do G1, em São Paulo.

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) divulgou nesta quinta-feira (5) que 59 instituições públicas de ensino superior se cadastraram para elaborar perguntas para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). O prazo para inscrição terminou no dia 15 de abril.
Segundo o Inep, órgão vinculado ao MEC e responsável pela organização do Enem, são 45 universidades federais e estaduais, sete Centros Federais de Educação Tecnológica (Cefets), cinco são Fundações Universitárias e dois Centros Federais. As demais são universidades federais e estaduais. O Inep não divulgou os nomes das instituições inscritas. Cada uma deve criar no mínimo 500 perguntas para o Enem.
Agora, o Inep vai capacitar os coordenadores-gerais e coordenadores de área de todas as instituições inscritas. Em seguida, será celebrado convênio entre o Inep e cada uma das IES participantes da capacitação. Só depois será dado início ao processo efetivo de elaboração das perguntas – que terá que ser feito, obrigatoriamente, em ambiente seguro. As instituições assinam um termo de sigilo e compromisso para evitar o vazamento das questões.
Até agora as perguntas do Enem eram feitas por professores ou especialistas contratados diretamente para a tarefa. Segundo o Inep, a ideia de convocar as instituições para criar um banco de perguntas é aumentar o número de questões disponíveis e transferir expertise às instituições em avaliações de larga escala. O Inep tem hoje cerca de dez mil questões no Banco Nacional de Itens (BNI) do Enem e a meta é chegar a 100 mil.
Cada edição do Enem tem 180 questões, sendo 45 de cada área. A prova é composta por uma redação e provas de matemática e suas tecnologias; linguagens, códigos e suas tecnologias; ciências humanas e suas tecnologias e ciências da natureza e suas tecnologias.
Cada pergunta a ser elaborada pelas instituições deverá contar com um texto-base, enunciado, cinco alternativas e apenas uma resposta correta, além de uma justificativa para cada alternativa.
As perguntas terão que atender às matrizes de habilidades e competências do Enem. Todas as questões passarão por uma revisão do Inep/MEC.
O pagamento a cada instituição, segundo tabela do Inep será de R$ 30 mil por 500 questões até R$ 1 milhão por cinco mil questões. Cada elaborador ganha R$ 120 por questão e cada revisor ganha R$ 60 por questão. Eles devem ser professores ou pesquisadores ativos da instituição.
Segundo o instituto, o pagamento à instituição será por créditos, que a instituição poderá acumular e usar quando achar conveniente. Os créditos poderão ser transformados em apoio financeiro a projetos apresentados pela instituição ao Inep.
O aumento do banco de perguntas é necessário para informatizar o Enem, segundo o MEC. O ministério planeja começar a aplicar a prova em computadores em dois ou três anos. Com o exame informatizado, os candidatos fazem a prova em terminais capazes de gerar uma prova diferente para cada estudante.

Referência virtual: Site G1

ENEM AÍ!

Somos cercados de informação o tempo todo, em todos os lugares, de diferentes maneiras!

Bem-vindos a este novo cantinho virtual todo dedicado à área de LINGUAGENS e CÓDIGOS do Exame Nacional do Ensino Médio, o Enem
Eu sou o professor Daniel Vícola e este é mais um dos meus canais diretos com você, que está se preparando para essa prova ou mesmo para o vestibular e quer estar sempre em dia com a matéria, disposto(a) a aprender e a compartilhar informações quentíssimas acerca dessa área tão multimídia que é a de linguagens e códigos.
Há algum tempo, já, que venho trabalhando com cursos pré-vestibular mas, a partir desse 2011, de uma maneira muito orgânica - e, eu diria, providencial! - minha atuação foi se focando para o Enem e, quando me dei conta, lá estava eu, às voltas com esse novo conceito de prova, essa nova proposta o governo para o Ensino Médio, entendendo, procurando, pesquisando e (re)formulando todos os meus conhecimentos de comunicação para caber num novo formato, numa nova perspectiva, muito mais abrangente e conectada à realidade que nos rodeia.
Sim, é exatamente isso que o Enem espera de você, candidato(a): saber decodificar as mais diferentes informações que o(a) rodeiam, codificadas das mais diferentes formas possíveis, mostrando que você é capaz de interagir com a sua realidade de diferentes maneiras, sempre em prol da boa comunicação e da capacidade transformadora e questionadora que o Enem espera que você tenha!
Já parou para pensar em como somos "bombardeados" por milhares de informações ao longo de todo o nosso dia?
São imagens, gráficos, ícones, símbolos, gestos, sons, palavras escritas, palavras faladas - nem sempre no nosso idioma! - e tudo isso numa velocidade que você nem consegue parar para refletir ou pensar detidamente a respeito.
O mundo moderno nos exige tanto que, até para "evitar a fadiga", acabamos simplificando tudo e, ao fazê-lo, deixamos de desenvolver habilidades e competências importantíssimas que, quase como uma "questão de honra", a prova do Enem quer fazer você resgatar!
Chega de "ler sem compreender" ou "falar por falar", sem dar a merecida atenção aos atos de comunicação de que você se faz AUTOR(A)! A comunicação é uma coisa bastante séria e, sem ela, a vida em sociedade é absolutamente impossível, uma vez que, para "acertarmos os ponteiros" com o mundo, precisamos, sempre, entender o que nos chega e emitir nossas respostas diante daquilo tudo que recebemos por intermédio dos mais diferentes atos de comunicação.
Só pode estar conectado, de verdade, à realidade, aquele(a) que entende o poder da comunicação e consegue explorar todas as possibilidades de codificação existentes ao seu redor, ajustando e adequando suas necessidades às do mundo, às do seu público-alvo e às do contexto em que o ato comunicativo se insere.
Todo texto é o resultado das escolhas que o emissor faz dentro da enorme gama de possibilidades comunicativas de que dispõe. Entender como essa magia toda se processa é tarefa de quem vai, como nós, conhecer, estudar e investigar a fundo a área de linguagens, códigos e suas tecnologias.
De minha parte, espero poder ajudar a todos vocês que se preparam de forma divertida, prazerosa e muito profícua.
Para quem vivia respondendo "Tô nem aí!" quando lhe perguntavam sobre o Enem e suas áreas, tá aqui o "ENEM AÍ!" pra dar aquela forcinha extra e garantir bons momentos de estudo, reflexão e, claro, muitos pontos a mais na prova!
Nós nos vemos por aqui!
Grande abraço.

Prof. Daniel Vícola